Instabilidade patelar, também conhecida como instabilidade femoropatelar, como o nome já indica, é uma condição médica que acomete a patela.
A maioria dos meus pacientes que sofrem com esse problema relatam a sensação de falseio e, por conta disso, muitas vezes se sentem inseguros ao caminhar e ao praticar esportes, pois ficam com receio da patela sair do lugar.
Ambos os sexos podem apresentar a instabilidade na patela, porém, afeta mais as mulheres devido a algumas diferenças anatômicas em relação aos homens.
A minha recomendação enquanto médico de joelho em Goiânia é sempre buscar a orientação de um especialista, principalmente para evitar maiores danos.
Quer saber mais sobre instabilidade femoropatelar e quais são os tratamentos disponíveis atualmente para essa condição? Então continue lendo este artigo. Descubra, ainda, quais são as principais causas e sintomas dessa enfermidade.
O que é instabilidade patelar?
A patela é um osso sesamoide (possui formato triangular) localizado na parte da frente do joelho, e quando se desloca lateralmente em relação o fêmur, ocorre a instabilidade patelar
É importante mencionar que dentre as principais funções da patela estão: conectar os músculos da coxa à perna, facilitar o movimento de extensão e flexão do joelho e proteger estruturas internas da articulação.
Essa disfunção pode causar dor, favorecer o surgimento precoce de osteoartrite, ocasionar subluxação ou luxação da patela, e até mesmo dificultar os movimentos fisiológicos dos membros inferiores.
3 principais causas da instabilidade na patela
Conheça agora três das principais causas dessa enfermidade:
Patela alta
É uma condição congênita (de nascença) na qual a patela é mais alta que o normal. Pessoas que sofrem com esse problema são mais propensas a desenvolverem a instabilidade femoropatelar se comparadas a indivíduos que possuem a estrutura do joelho correta.
Tróclea rasa
A tróclea é um sulco do fêmur e está localizada na parte de frente do joelho. Quando a tróclea é rasa, temos a indicação de que a região do fêmur, onde a patela se encaixa, não possui profundidade suficiente para alocar o osso satisfatoriamente.
Desse modo, o joelho não tem a estabilidade necessária para se manter na posição adequada.
Má formação do fêmur
Se o osso tiver tendência a se curvar para dentro, existe grande possibilidade do paciente desenvolver a instabilidade patelar.
Além das causas supracitadas, largura excessiva da pelve, joelho valgo (voltados para dentro), insuficiência ligamentar e fraqueza muscular do quadril e da coxa também podem causar esse problema.
Quais são os sintomas da estabilidade femoropatelar?
Pessoas acometidas por instabilidade na patela costumam sentir dor forte na região anterior do joelho, têm a sensação de falseio e de que existe areia dentro da articulação, ouvem estalos e, em casos mais graves, o indivíduo tem dificuldade e até mesmo perde a capacidade de movimentar o joelho.
Diante dos sintomas descritos, se você sentir dor no joelho ao caminhar, agachar ou subir e descer escadas, por exemplo, consulte um ortopedista especialista em joelho para obter um diagnóstico.
Como o diagnóstico da instabilidade na patela é feito?
O diagnóstico da instabilidade patelar inicialmente é feito com base na história do paciente. Após a anamnese, o ortopedista realizará alguns exames físicos.
Também é comum o médico solicitar alguns exames de imagens, como radiografia, tomografia e ressonância magnética.
A radiografia e a tomografia auxiliam na identificação das causas anatômicas da instabilidade. A ressonância magnética, por outro lado, além de ajudar a identificar as causas anatômicas, permite que o especialista verifique se existem lesões de cartilagens e no ligamento patelofemoral medial, estrutura que tem a função de estabilizar a patela.
Como tratar instabilidade femoropatelar?
O tratamento para instabilidade patelar é individual, onde o ortopedista leva em consideração uma série de fatores, como idade, grau de instabilidade, nível de atividade, profissão, existência ou não de alterações anatômicas, etc.
Em geral, o tratamento pode ser conservador ou cirúrgico. Dentre as medidas conservadoras destacam-se a imobilização do joelho, uso de analgésicos e sessões de fisioterapia, que têm como objetivo fortalecer os grupos musculares mediais.
Caso as medidas conservadoras não surtam efeitos a longo prazo, é possível recorrer a um procedimento cirúrgico.
Atualmente, uma das cirurgias mais utilizadas consiste na reconstrução do ligamento patelofemoral medial, no qual o cirurgião utiliza um dos tendões flexores do joelho, reconstruindo-o de forma anatômica.
7 dicas para manter os joelhos saudáveis
O joelho é a maior articulação do corpo humano e uma de suas principais funções é a sustentação do corpo. Por isso, manter a articulação saudável é primordial para prevenir diversos problemas, dentre eles a instabilidade patelar.
Confira 7 dicas para que você possa cuidar bem das suas articulações:
Fortaleça os músculos
Fortalecer e manter fortes os músculos anteriores e posteriores da coxa (quadríceps e isquiotibiais) pode ajudar a diminuir as dores no joelho, prevenir lesões e também outras doenças.
Não esqueça o alongamento
Após praticar qualquer tipo de exercício físico, seja uma caminhada ou corrida, tire um tempinho para se alongar suavemente. O hábito de se alongar mantém os músculos mais distendidos e preparados para novos movimentos.
Sempre peça orientações a um profissional
Fazer exercícios físicos é fundamental para manter a saúde dos joelhos. Todavia, antes de tudo é preciso pedir orientações a um especialista, seja o profissional da Educação Física ou fisioterapeuta.
Tenha em mente que o treinamento incorreto é um dos principais fatores de traumatismo, portanto, treinar sob a supervisão de um profissional ajuda a prevenir diversos tipos de doenças que comumente afetem o joelho, como a condromálacia patelar.
Fortaleça o quadril
A musculatura do quadril ganha cada vez mais atenção dos médicos especialistas em Medicina do Esporte.
Estudos recentes mostram que os músculos do glúteo médio e mínimo, principais estabilizadores do quadril, quando fortes, evitam que o joelho “se vire para dentro”.
Não exagere nos treinos
Fazer exercícios físicos em excesso pode ser o “estopim” para uma lesão, especialmente se os tecidos da articulação já estiverem sobrecarregados.
Desse modo, caso treine exageradamente e sinta dor não joelho, não ignore esse sintoma, pois a dor é sinal de que uma lesão pode ter se instalado.
Mantenha-se dentro do peso
Para você ter uma ideia, a cada passo que damos, o impacto de duas a quatro vezes do peso corporal é transmitido por meio da articulação do joelho.
Isso significa que quanto mais o indivíduo pesa, mais forte é o impacto sobre o joelho, logo, a dica aqui é tentar manter um peso saudável.
Cuidado com o calçado
Procure sempre usar calçados confortáveis, como tênis com amortecedor ao “toque do calcanhar”, já que ajuda a tirar a pressão sobre joelhos, promovendo o bom alinhamento da articulação e, ainda, melhora o equilíbrio.
As mulheres, por sua vez, devem evitar usar saltos altos diariamente, pois o uso cotidiano pode enfraquecer a musculatura anterior da coxa e ocasionar o encurtamento da panturrilha.
Conclusão
Como a instabilidade patelar pode ser decorrente de vários fatores, é aconselhável buscar orientação com um especialista em joelho para obter o diagnóstico correto.
Por outro lado, em alguns casos, adotar medidas preventivas, como praticar exercícios regulares e manter um peso saudável, ajuda a evitar o desenvolvimento da condição.
Agora, não basta praticar atividades físicas, é necessário que elas sejam feitas adequadamente e sob a orientação de um profissional, no intuído de evitar lesões.
Caso você sinta dores constantes no joelho, agende uma consulta o quanto antes com um ortopedista, a fim de avaliar seu caso com cuidado e propor o tratamento mais adequado.