Na minha rotina como ortopedista especializado em lesões de menisco em Goiânia, recebo com frequência pacientes preocupados com dores no joelho, estalos ou sensação de instabilidade.
Em meio a tantas possibilidades diagnósticas, uma que merece destaque por ser incomum, mas nem por isso irrelevante, é o menisco discoide.
Essa alteração no formato do menisco não é amplamente conhecida, mas pode impactar diretamente o bem-estar e a mobilidade, principalmente de crianças e adolescentes ativos.
Com a colaboração da minha equipe, elaborei esse conteúdo exclusivo com tudo que você precisa saber sobre menisco discoide, como sintomas, diagnóstico e tratamentos.
O que é o Menisco Discoide?
O menisco discoide é uma variação anatômica congênita, ou seja, presente desde o nascimento.
Ao invés de apresentar o formato em “C” típico de um menisco normal, ele se mostra mais espesso e com uma cobertura mais ampla da articulação do joelho, lembrando um disco.
Ele afeta principalmente o menisco lateral e, em cerca de 20% dos casos, aparece nos dois joelhos. A prevalência global gira em torno de 1,5% a 16%, com índices mais altos em populações asiáticas.
Aqui no Brasil, essa condição costuma ser subdiagnosticada, inclusive, muitos casos leves passam despercebidos até que o paciente comece a sentir os sintomas.
Uma grande pesquisa internacional apontou que a prevalência média do menisco discoide é de 4,88 a cada 100.000 pacientes. Isso nos mostra que, embora rara, essa condição não pode ser ignorada, principalmente quando provoca limitações funcionais.
Quando se Torna um Problema?
Nem todo mundo que tem menisco discoide apresenta sintomas. Em muitos casos, a descoberta é feita de forma acidental durante exames de imagem realizados por outros motivos.
Por outro lado, há situações em que a condição se manifesta de forma clara, especialmente em crianças e adolescentes ativos.
Entre os sintomas mais comuns, destaco:
- Dor na parte lateral do joelho;
- Estalos frequentes;
- Episódios de inchaço;
- Sensação de “travamento” do joelho durante o movimento.
Nos jovens atletas, esses sinais são ainda mais evidentes, já que atividades que envolvem torções e agachamentos profundos sobrecarregam a articulação.
Estudos mostram que cerca de 77% das pessoas com menisco discoide apresentam sintomas, enquanto o restante só descobre a condição por acaso. Esses dados estão totalmente alinhados com o que vejo na prática clínica.
Como é Feito o Diagnóstico?
O primeiro passo é sempre uma boa conversa com o paciente, entendendo o histórico dos sintomas e o impacto nas atividades do dia a dia.
Em seguida, realizo o exame físico e, quando há suspeita de menisco discoide, solicito uma ressonância magnética — que é o exame mais eficaz para confirmar o diagnóstico.
Existem três tipos principais de menisco discoide:
- Incompleto: formato anormal, mas sem cobertura total da tíbia;
- Completo: cobre completamente a parte superior da tíbia;
- Hipermóvel (tipo Wrisberg): instabilidade por ausência de ligamentos estabilizadores.
Saber o tipo é essencial para definir o tratamento mais adequado. A imagem da ressonância também nos ajuda a avaliar se há lesões associadas, como rupturas, que são frequentes nos casos sintomáticos.
Tratamento
Uma dúvida muito comum entre meus pacientes: será que vou precisar operar? A resposta depende de vários fatores.
Quando o menisco discoide não causa sintomas, a recomendação costuma ser o acompanhamento e, se necessário, fisioterapia preventiva.
Agora, quando há dor, instabilidade ou outros sinais de limitação funcional, o tratamento cirúrgico pode ser a melhor escolha.
Nesse caso, a técnica que utilizo com maior frequência é a saucerização artroscópica, que consiste em remodelar o menisco, retirando apenas a parte que está em excesso, e preservando ao máximo a estrutura saudável.
Essa abordagem, feita por vídeo (artroscopia), tem se mostrado muito eficiente.
Estudos com crianças e adolescentes mostram que 89% retornam às atividades esportivas após a cirurgia, com taxas de reoperação inferiores a 10%.
Após o Tratamento: O que Esperar?
Mesmo com um bom resultado cirúrgico, é fundamental que o paciente entenda que o menisco remanescente é mais suscetível a lesões do que um menisco anatômico normal. Por isso, o acompanhamento e a reabilitação são etapas essenciais do processo.
Um ponto que monitoro com muita atenção é o risco de osteocondrite dissecante, que pode ocorrer quando há sobrecarga na cartilagem do joelho após a retirada de parte do menisco.
Embora não seja frequente, é uma complicação que deve ser levada em conta, especialmente em pacientes jovens e muito ativos.
Conclusão
O menisco discoide é uma condição anatômica rara, mas que merece cuidado especializado. Na minha atuação como ortopedista em Goiânia, tenho visto resultados muito positivos quando o diagnóstico é feito com precisão e o tratamento é conduzido de forma personalizada.
Nem sempre a cirurgia será necessária, e quando é indicada, buscamos sempre técnicas que preservem o máximo possível do menisco.
A informação, o acompanhamento e a confiança entre médico e paciente fazem toda a diferença nesse processo.
Se você sente dor no joelho, percebe estalos frequentes ou tem um diagnóstico de menisco discoide, vale a pena buscar orientação especializada.
Uma avaliação bem feita pode evitar complicações e garantir mais qualidade de vida.
Agende agora mesmo sua consulta com o Dr. Ulbiramar Correia, especialista em lesões de menisco em Goiânia. Vamos juntos em direção à sua recuperação!
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