Em minha prática clínica como ortopedista especialista em patologias do joelho em Goiânia, tenho observado um crescente interesse dos pacientes pelo tratamento com PRP joelho, uma terapia regenerativa que utiliza plasma rico em plaquetas para promover a cicatrização de tecidos articulares.

Esta abordagem terapêutica representa uma evolução significativa no tratamento de lesões do joelho, oferecendo uma alternativa minimamente invasiva para pacientes que buscam alívio da dor e melhora funcional.

O plasma rico em plaquetas tem se consolidado como uma opção promissora no arsenal terapêutico da medicina esportiva e ortopedia, principalmente por seu potencial em estimular a regeneração tecidual e controlar processos inflamatórios crônicos.

Durante meus anos de experiência, tenho presenciado resultados encorajadores com esta técnica, que utiliza os próprios mecanismos de cura do organismo para promover a regeneração tecidual.

Meu objetivo com esse artigo é compartilhar com o máximo de pessoas essa abordagem terapêutica inovadora, que tem se mostrado altamente benéfica para tratar uma série de condições que acometem o joelho!

O que é o Plasma Rico em Plaquetas (PRP)

O plasma rico em plaquetas é um concentrado sanguíneo autólogo que contém uma concentração de plaquetas significativamente superior à encontrada no sangue periférico normal.

O PRP é obtido através de um processo de centrifugação do próprio sangue do paciente, onde as plaquetas são concentradas em uma pequena quantidade de plasma.

As plaquetas desempenham um papel fundamental no processo de cicatrização, pois contêm fatores de crescimento e citocinas que estimulam a regeneração tecidual.

O processo de obtenção do PRP inicia-se com a coleta de uma pequena quantidade de sangue do paciente, seguida pela centrifugação em equipamento específico que separa os diferentes componentes sanguíneos.

O resultado é um concentrado com 3 a 5 vezes mais plaquetas que o sangue normal, rico em fator de crescimento derivado de plaquetas (PDGF), fator de crescimento transformador beta (TGF-β) e outros mediadores biológicos.

Indicações do PRP joelho na Prática Clínica

As principais indicações para o tratamento com PRP no joelho incluem:

  • Artrose leve a moderada (Kellgren-Lawrence I a III).
  • Tendinopatias crônicas (tendinite patelar, quadricipital).
  • Condropatias e lesões condrais focais.
  • Lesões parciais de ligamentos, por exemplo, LCA parcial.
  • Síndrome femoropatelar dolorosa em atletas.
  • Apoio cicatricial em pós-operatórios selecionados.

Estudos brasileiros demonstram que o plasma rico em plaquetas é particularmente eficaz em pacientes jovens com baixo grau de degeneração articular.

Pesquisas nacionais indicam que o PRP pode proporcionar alívio da dor e melhora funcional por períodos de 6 a 12 meses em pacientes com artrose inicial.

As tendinopatias, especialmente a tendinite patelar, também respondem bem ao tratamento com PRP, inclusive, estudos internacionais confirmam que o PRP apresenta ótimos resultados no tratamento de tendinopatias que não respondem à fisioterapia convencional.

Como o PRP Pode Acelerar a Recuperação de Lesões Específicas no Joelho

Tendinopatias e Tendinite Patelar

O PRP demonstra particular eficácia na aceleração da recuperação de lesões tendíneas.

Os tendões e ligamentos possuem baixa vascularização, o que naturalmente torna o processo de cicatrização mais lento. O PRP fornece uma concentração suprafisiológica de fatores de crescimento diretamente na área lesionada, compensando essa limitação vascular.

Estudos demonstram que o PRP no joelho pode promover a cicatrização e regeneração do tecido tendíneo, com a extensão da recuperação dependendo do grau da lesão.

Com o tratamento, a cura completa leva em média de um mês e meio a três meses, dependendo do tipo de lesão, mas a melhoria da dor surge bem antes, entre uma a quatro semanas.

Lesões Ligamentares

Para lesões do ligamento cruzado anterior e outros ligamentos do joelho, pesquisas brasileiras demonstram que o uso do plasma enriquecido em plaquetas durante o procedimento cirúrgico torna a cicatrização dos tendões 50% mais eficaz.

Em um estudo realizado no HC-FMUSP, pacientes que receberam PRP apresentaram menos dor no pós-operatório (3,8 na escala de dor versus 5,1 no grupo controle) e maior regeneração tecidual observada em exames de ressonância magnética.

Osteoartrite do Joelho

Na osteoartrite, o PRP joelho acelera a recuperação através de mecanismos anti-inflamatórios e de estímulo à produção de matriz extracelular.

Observo que os melhores resultados ocorrem em pacientes jovens com baixo grau de degeneração articular, particularmente nos graus I e II da classificação Kellgren-Lawrence.

Estudos clínicos demonstram que o PRP pode proporcionar alívio da dor e melhoria funcional por períodos de 6 a 12 meses. Os resultados começam a deteriorar após seis meses, indicando a necessidade de reaplicações para manter os benefícios.

Lesões Meniscais

Para lesões meniscais, o tratamento com plasma enriquecido com plaquetas pode ser aplicado como abordagem associada à cirurgia, melhorando a cicatrização do menisco após o procedimento e otimizando a recuperação pós-cirúrgica.

O tempo de recuperação varia conforme o tipo de cirurgia realizada – nas suturas meniscais, geralmente são necessárias cerca de 4 semanas sem carga total.

Evidências Científicas e Pesquisas

As evidências científicas sobre a eficácia do PRP joelho são robustas e crescentes.

Uma meta-análise recente demonstrou que o PRP oferece melhora funcional clinicamente relevante em pontos de seguimento de 1, 3, 6 e 12 meses, além de alívio da dor aos 3 e 6 meses quando comparado ao placebo.

Um estudo controlado e randomizado revelou que pacientes tratados com plasma rico em plasma apresentaram melhoria significativa nos escores WOMAC e redução da dor comparados ao grupo controle.

Um artigo publicado no Journal of the American Academy of Orthopaedic Surgeons reforça que o PRP é uma alternativa viável para dor no joelho relacionada a degeneração precoce da cartilagem, especialmente em pacientes jovens e ativos.

Estudos internacionais indicam que a concentração de plaquetas influencia significativamente a eficácia do tratamento, demonstrando que preparações com concentração plaquetária 4,83 a 5,91 vezes superior ao sangue basal apresentam melhores resultados que aquelas com concentrações menores.

Em minha prática, utilizo protocolos que visam atingir essas concentrações ideais para maximizar os benefícios terapêuticos.

Protocolo de Tratamento e Técnica

O protocolo que utilizo em minha prática clínica segue diretrizes internacionais estabelecidas.

  • O procedimento inicia-se com a coleta de 20 a 60ml de sangue venoso do paciente, seguida pela centrifugação dupla para obtenção do concentrado plaquetário.
  • A aplicação é realizada através de injeção intra-articular guiada por ultrassom para garantir precisão anatômica.

Vale mencionar que a anestesia é local quando necessário, e o paciente pode retomar atividades leves no mesmo dia, com restrições de atividades de alto impacto por 48 a 72 horas.

O número de aplicações varia conforme a patologia e gravidade do caso. Para osteoartrite, por exemplo, a recomendação é uma série de 2 a 3 aplicações com intervalos de 2 a 4 semanas.

Estudos demonstram que aplicações múltiplas proporcionam benefícios mais duradouros comparados à aplicação única.

Segurança e Efeitos Colaterais

A segurança do PRP joelho é um dos aspectos mais relevantes desta terapia. Por utilizar sangue autólogo, o risco de reações alérgicas ou transmissão de doenças infecciosas é praticamente nulo.

Os efeitos colaterais são mínimos e transitórios, limitando-se principalmente à dor local leve no sítio de aplicação.

Estudos internacionais reportam incidência de complicações inferior a 1%, sendo a infecção o evento adverso mais temido, embora extremamente raro quando seguidas técnicas assépticas adequadas.

A ANVISA orienta sobre a necessidade de produção segura do PRP, estabelecendo diretrizes para garantir a qualidade do produto. Em minha prática, sigo rigorosamente estas recomendações, utilizando equipamentos certificados e protocolos padronizados.

Limitações e Considerações

Apesar dos resultados promissores, o PRP não é indicado para todos os casos. Seu uso deve ser criterioso, preferencialmente em pacientes com:

  • Lesões não avançadas
  • Perfil inflamatório controlado
  • Boa biomecânica articular
  • Ausência de grandes desvios mecânicos

O PRP não substitui cirurgias necessárias, como osteotomias ou artroplastias em casos de deformidades graves ou artrose avançada.

Perspectivas Futuras

As perspectivas para o PRP no joelho são promissoras, com pesquisas em andamento buscando otimizar protocolos e identificar os melhores candidatos ao tratamento.

Estudos recentes investigam a associação do PRP com outras terapias regenerativas, como células-tronco e fatores de crescimento específicos.

Tenho acompanhado com interesse o desenvolvimento de novos protocolos de preparação que visam aumentar a concentração de fatores de crescimento específicos.

A personalização do tratamento baseada no perfil biológico individual representa uma tendência futura promissora.

Conclusão

O tratamento com PRP joelho representa uma opção terapêutica valiosa em minha prática clínica ortopédica em Goiânia.

Baseado em evidências científicas crescentes e em minha experiência clínica, observo que o PRP pode proporcionar alívio da dor e melhora funcional em pacientes selecionados adequadamente.

É fundamental que pacientes compreendam que o PRP não representa uma cura definitiva para patologias degenerativas, mas sim uma ferramenta terapêutica que pode postergar intervenções mais invasivas e melhorar a qualidade de vida.

Os melhores resultados são obtidos quando o tratamento é integrado a um programa abrangente que envolve fisioterapia, fortalecimento muscular e modificações de estilo de vida.

Como ortopedista especialista em joelho, posso afirmar que a medicina regenerativa representa o futuro da ortopedia, e o PRP no joelho é apenas o início desta revolução terapêutica.

Na nossa prática, indicamos o PRP com base no diagnóstico preciso, nas evidências científicas e nos objetivos individuais de cada paciente, com o compromisso de oferecer o que há de mais atual e ético na medicina do joelho.

Dr. Ulbiramar Correia

[CRM/GO: 11552 | SBOT: 12166 | RQE: 7240]. Membro titular da SBCJ (sociedade brasileira de cirurgia do joelho), SBRATE (sociedade brasileira de artroscopia e trauma esportivo) e da SBOT(sociedade brasileira de ortopedia e traumatologia).