Em minha prática como ortopedista especialista em joelho em Goiânia, tenho observado um aumento preocupante de pacientes que chegam ao consultório relatando dores, limitações e desconfortos relacionados ao desgaste articular.

O que muitos não sabem é que o desgaste no joelho é grave e pode comprometer significativamente a qualidade de vida quando não tratado adequadamente.

Ao longo de anos atendendo pacientes com essas condições, posso afirmar que a artrose de joelho, ou osteoartrite, representa uma das principais causas de incapacidade funcional no Brasil e no mundo.

Neste artigo, irei abordar tudo que você precisa saber sobre desgaste no joelho e a importância do diagnóstico precoce para não agravar o quadro.

O Cenário Atual da Artrose de Joelho no Brasil

Os dados sobre artrose no Brasil são alarmantes e refletem uma realidade que vivencio diariamente em meu consultório.

Segundo pesquisas recentes, aproximadamente 12 milhões de brasileiros convivem com osteoartrite, representando 6,3% da população adulta.

Mas o que mais me chama atenção é que cerca de 69% dos brasileiros acima de 18 anos relatam dores na articulação do joelho, sendo que 18,6% das mulheres e 12,2% dos homens descrevem essa dor como intensa.

Esses números se traduzem em pacientes que chegam ao consultório com limitações severas para atividades básicas como caminhar, subir escadas ou simplesmente levantar-se de uma cadeira.

A prevalência aumenta dramaticamente com a idade: após os 65 anos, 85% das pessoas apresentam evidência radiológica da doença.

É importante destacar que nem todos os casos com alterações radiológicas apresentam sintomas, sendo que apenas 30 a 50% dos indivíduos com alterações nas radiografias queixam-se de dor crônica.

Entendendo as Causas do Desgaste Articular

O desgaste no joelho resulta de uma combinação complexa de fatores:

  • O envelhecimento natural.
  • Obesidade.
  • Lesões prévias no joelho.
  • Prática de atividades físicas de alto impacto sem preparo adequado.
  • Alterações no alinhamento dos membros inferiores.
  • Predisposição genética.

Em meus atendimentos, frequentemente explico aos pacientes que mulheres obesas têm quatro vezes mais chances de desenvolver osteoartrite comparadas àquelas com peso adequado, enquanto homens obesos apresentam cinco vezes mais risco.

Isso se deve ao fato de que o excesso de peso coloca pressão adicional nas articulações que suportam o peso corporal, acelerando o desgaste da cartilagem articular.

Sintomas Que Não Devem Ser Ignorados

Infelizmente, os pacientes geralmente chegam ao consultório quando os sintomas já estão em estágio avançado. Por isso, sempre enfatizo a importância do reconhecimento precoce dos sinais de alerta.

O sintoma mais característico é a dor que piora com esforço físico e melhora com repouso, tornando-se progressivamente mais constante com o tempo.

Outros sintomas relatados são:

  • Inchaço na região do joelho.
  • Sensação de calor local.
  • Estalos durante a movimentação.
  • Limitação progressiva dos movimentos.
  • Sensação de “areia” na articulação.
  • Rigidez matinal.
  • Piora dos sintomas com mudanças climáticas.

Um aspecto que sempre destaco é que a dor tende a ser mais intensa ao final do dia ou após períodos de imobilização prolongada.

Em estágios mais avançados, os pacientes relatam dor mesmo em repouso, comprometendo significativamente o sono e as atividades diárias.

Por Que o Desgaste no Joelho É Grave: Consequências da Progressão

Quando falo que o desgaste no joelho é grave, baseio-me não apenas na literatura médica, mas principalmente na realidade que observo em meus pacientes.

A osteoartrite de joelho foi responsável por 63,1% dos casos em pacientes obesos mórbidos candidatos à cirurgia bariátrica, demonstrando a severidade da condição.

As projeções internacionais são ainda mais preocupantes: estima-se que até 2050, a osteoartrite de joelho aumentará 74,9% no mundo, com aproximadamente 1 bilhão de pessoas afetadas pela condição.

Em minha prática, vejo como essa progressão impacta não apenas a mobilidade física, mas também o bem-estar emocional dos pacientes, geralmente levando à depressão e isolamento social.

O que mais me preocupa como especialista é que a osteoartrite representa a segunda maior causa de afastamento do trabalho no Brasil, sendo responsável por 7,5% de todos os afastamentos, e a segunda doença em auxílio-inicial na previdência social.

Opções de Tratamento: Da Prevenção às Intervenções Avançadas

Tenho observado excelentes resultados quando implementamos estratégias de tratamento adequadas e personalizadas.

O tratamento da artrose de joelho baseia-se em quatro pilares fundamentais:

  1. Controle da dor e inflamação.
  2. Reabilitação e fortalecimento muscular.
  3. Atividades físicas adequadas.
  4. Controle do peso corporal.

O controle eficaz da dor é fundamental, pois pacientes com dor descontrolada têm extrema dificuldade para realizar reabilitação adequada.

Utilizo desde analgésicos simples como paracetamol até tratamentos intra-articulares com infiltração de corticóide e ácido hialurônico (viscossuplementação) para casos mais complexos.

Sempre enfatizo aos meus pacientes que o sedentarismo é um dos principais responsáveis pelo desequilíbrio e fraqueza muscular.

Por isso, recomendo atividades como caminhada em superfícies planas, ciclismo, natação, alongamentos, yoga e pilates.

Estudos demonstram que ao aumentar em 30% a força do quadríceps, observamos melhora significativa da dor, e com aumento de 40%, há melhora funcional do joelho.

A Importância do Diagnóstico Precoce

Em minha trajetória como ortopedista, posso afirmar que o diagnóstico precoce faz toda a diferença no prognóstico.

Quanto mais cedo identificamos o desgaste articular, melhores são as chances de retardarmos a progressão e mantermos a qualidade de vida do paciente.

Por isso, sempre oriento que dores persistentes no joelho, sobretudo após os 40 anos, devem ser investigadas adequadamente.

Utilizo uma combinação de avaliação clínica detalhada, exames de imagem e questionários específicos como o WOMAC para avaliar dor e função.

A radiografia simples continua sendo o exame inicial mais importante, mas em casos selecionados, a ressonância magnética fornece informações valiosas sobre o estado das cartilagens e outras estruturas articulares.

Conclusão

Após anos dedicados ao tratamento de problemas articulares do joelho, posso afirmar categoricamente que o desgaste no joelho é grave e merece atenção especializada.

A artrose não é simplesmente uma consequência inevitável do envelhecimento, mas uma condição complexa que pode ser prevenida, controlada e tratada eficazmente quando abordada corretamente.

Pacientes que buscam tratamento precoce e seguem adequadamente as orientações médicas conseguem manter excelente qualidade de vida e mobilidade por muitos anos.

O importante é não ignorar os sintomas iniciais e entender que existem diversas opções terapêuticas disponíveis.

A medicina atual oferece desde tratamentos conservadores altamente eficazes até procedimentos cirúrgicos minimamente invasivos quando necessários. O fundamental é uma avaliação especializada que permita elaborar um plano de tratamento personalizado para cada paciente.

Não deixe que o desgaste no joelho comprometa sua qualidade de vida. Agende uma consulta comigo, Dr. Ulbiramar Correia, ortopedista especialista em joelho em Goiânia, e descubra as melhores opções de tratamento para seu caso específico.

Sua mobilidade e bem-estar merecem cuidado especializado!

Dr. Ulbiramar Correia
Últimos posts por Dr. Ulbiramar Correia (exibir todos)

[CRM/GO: 11552 | SBOT: 12166 | RQE: 7240]. Membro titular da SBCJ (sociedade brasileira de cirurgia do joelho), SBRATE (sociedade brasileira de artroscopia e trauma esportivo) e da SBOT(sociedade brasileira de ortopedia e traumatologia).