A dor no joelho é uma das queixas mais frequentes em meu dia a dia no consultório, afetando pessoas de todas as idades e perfis.

Encontrar o melhor remédio para dor forte no joelho representa um desafio significativo tanto para pacientes quanto para médicos, pois requer uma abordagem individualizada baseada em evidências científicas.

Neste artigo, compartilharei minhas dicas profissionais sobre as opções de tratamento disponíveis, desde medicamentos orais e tópicos até métodos não farmacológicos.

É fundamental ressaltar a importância de consultar um médico ortopedista qualificado para prescrever o remédio adequado para dor forte no joelho, sendo a automedicação totalmente contraindicada devido aos riscos potenciais para sua saúde.

Causas comuns de dor no joelho

Em minha experiência clínica de mais de 15 anos, observo que a dor no joelho pode ser causada por diversos fatores, incluindo traumas, lesões esportivas, artrite, artrose, tendinite ou bursite.

A dor pode apresentar-se de diferentes formas: a dor mecânica geralmente intensifica-se ao longo do dia com atividades de sobrecarga e melhora com repouso, enquanto a dor inflamatória é mais intensa pela manhã, com rigidez articular que diminui durante o dia.

A osteoartrite é a forma mais comum de doença articular que afeta o joelho, levando a grande incapacidade e perda da qualidade de vida.

Estudos recentes sugerem que esta condição apresenta não apenas um componente nociceptivo, mas também neuropático, especialmente nos quadros com sinovite.

Melhor remédio para dor forte no joelho: opções farmacológicas

Quando precisamos definir o melhor remédio para dor forte no joelho, as evidências científicas nos mostram diversos caminhos.

Os anti-inflamatórios não esteroides (AINEs) são considerados os medicamentos orais mais eficazes para osteoartrite, como:

  • Ibuprofeno (Advil, Motrin)
  • Naproxeno sódico (Aleve, Naprosyn)
  • Diclofenaco (Voltaren)

Estes medicamentos funcionam bloqueando enzimas que causam dor e inflamação.

Um aspecto importante que discuto com meus pacientes é que o uso prolongado de AINEs pode ter consequências.

Um estudo publicado em 2024 na revista Nature mostrou que, embora 4-5 anos de uso de AINEs não tenha efeitos prejudiciais sobre mudanças estruturais nos joelhos afetados por osteoartrite, os usuários de longo prazo apresentaram maior probabilidade de sintomas agravados e necessidade de artroplastia total do joelho.

Para pacientes preocupados com efeitos colaterais dos AINEs orais, os medicamentos tópicos representam uma excelente alternativa.

Em minha prática clínica, tenho observado ótimos resultados com géis, como o diclofenaco, que proporciona alívio direcionado da dor e inflamação com menos efeitos sistêmicos.

Estudos mostram que estas aplicações tópicas podem ser tão eficazes quanto medicamentos orais para dor no joelho, particularmente em casos de osteoartrite.

Em situações específicas, também considero infiltrações intra-articulares com corticosteroides, que podem proporcionar alívio da dor por meses.

Estas infiltrações são úteis em casos de inflamação aguda que não respondem aos tratamentos convencionais.

Tratamentos complementares e não-medicamentosos

Para além dos medicamentos, minha abordagem terapêutica sempre inclui métodos não-farmacológicos fundamentais para a recuperação completa.

O método RICE (Repouso, Gelo, Compressão e Elevação) é extremamente eficaz para lesões agudas.

  • A aplicação de compressas frias por 15 minutos, 2-3 vezes ao dia, ajuda a reduzir inflamação e inchaço em casos de lesão meniscal, entorse ou tendinite.
  • Para dor crônica (mais de 6 semanas) ou artrite, as compressas mornas podem ser mais benéficas, ajudando a aumentar o fluxo sanguíneo e aliviar a rigidez articular.
  • A fisioterapia tem papel fundamental no tratamento da dor no joelho. Através de exercícios específicos de fortalecimento, alongamento e reabilitação funcional, ela ajuda a restaurar a mobilidade, melhorar a estabilidade e prevenir novas lesões.
  • O uso de joelheiras também pode ser benéfico, principalmente para atividades diárias, pois elas ajudam a reduzir o inchaço do joelho e conferem maior estabilidade à articulação. Recomendo que sejam usadas durante o dia e retiradas para dormir.

Suplementos e terapias avançadas

Baseado em estudos recentes que tenho acompanhado, alguns suplementos mostram resultados promissores para dor no joelho. Entre eles:

  • Glucosamina e sulfato de condroitina – podem proporcionar redução significativa na dor e melhorar a função em pacientes com osteoartrite.
  • Colágeno tipo II – contribui para a saúde das cartilagens.
  • Cúrcuma – possui efeitos anti-inflamatórios comprovados, sendo que em um estudo, 1.500 mg diários de extrato de cúrcuma foram tão eficazes quanto 1.200 mg de ibuprofeno.
  • Piascledine (combinação de extratos de abacate e soja) – pode reduzir a progressão da osteoartrite e melhorar os sintomas de dor e rigidez.

Para casos refratários ao tratamento convencional, a viscossuplementação com ácido hialurônico é uma opção que tem oferecido bons resultados. Esta técnica melhora a lubrificação da articulação e proporciona alívio significativo da dor.

Em situações mais graves, como rupturas ligamentares ou lesões meniscais significativas, a intervenção cirúrgica pode ser necessária.

A cirurgia artroscópica, em particular, permite realizar a maioria das intervenções com todas as vantagens de um procedimento minimamente invasivo: cicatrizes menores, menos dor e menor tempo de recuperação.

Quando procurar ajuda médica imediata

Durante minha carreira, tenho observado que muitos pacientes adiam a consulta médica, o que frequentemente complica o quadro.

Recomendo procurar atendimento em uma clínica ortopédica especializada quando a dor no joelho:

  • É intensa e persistente.
  • Apresenta inchaço significativo.
  • Causa instabilidade (sensação de que o joelho vai “falhar”).
  • Limita suas atividades diárias.
  • É acompanhada de febre ou outros sinais de infecção.

Conclusão

O tratamento eficaz da dor no joelho requer uma abordagem multifacetada e personalizada.

Os anti-inflamatórios não esteroides, analgésicos, medicamentos tópicos e suplementos podem ser eficazes, mas devem ser prescritos por um profissional qualificado como parte de um plano de tratamento abrangente.

Os melhores resultados são obtidos quando combinamos medicamentos apropriados com fisioterapia, exercícios específicos e, quando necessário, intervenções mais avançadas. O objetivo não é apenas aliviar a dor, mas restaurar a funcionalidade e qualidade de vida.

Vale lembrar que o melhor remédio para dor forte no joelho é aquele prescrito por um médico ortopedista após avaliação completa da sua condição específica. A automedicação é totalmente contraindicada e pode trazer sérios riscos à sua saúde!

Dr. Ulbiramar Correia

[CRM/GO: 11552 | SBOT: 12166 | RQE: 7240]. Membro titular da SBCJ (sociedade brasileira de cirurgia do joelho), SBRATE (sociedade brasileira de artroscopia e trauma esportivo) e da SBOT(sociedade brasileira de ortopedia e traumatologia).