Se é a primeira vez que você está ouvindo falar sobre mosaicoplastia do joelho, de uma maneira bem resumida, é um procedimento cirúrgico indicado para tratar lesões na cartilagem.

Lembrando que a cartilagem é um tecido fibroelástico que reveste os ossos das articulações, sendo formada por colágeno, água, proteoglicanos e condrócitos. E como não possui vasos sanguíneos, linfáticos e nem inervação, o potencial de regeneração e cicatrização é baixíssimo.

As lesões nas cartilagens podem ter origem em uma série de fatores, como traumas, excesso de peso, envelhecimento, entre outros.

Caso você perceba dor, travamento da articulação e inchaço, o melhor é consultar um ortopedista especialista em joelho em Goiânia, pois provavelmente pode ser uma lesão na cartilagem do joelho.

Preparamos esse conteúdo para explicar em detalhes o que é mosaicoplastia do joelho, os cuidados após a cirurgia, bem como outros procedimentos para tratar lesões nas cartilagens.

O que é mosaicoplastia do joelho?

É uma técnica cirúrgica que pode ser indicada para tratar lesões cartilaginosas focais, bem delimitadas e pouco extensas.

O método consiste em retirar pequenos segmentos (denominados de plugs) ósseos revestidos de cartilagem e implantar no local lesionado – a cartilagem utilizada no transplante pode vir do próprio paciente ou ser homóloga (de doador falecido).

Depois de algumas semanas após o procedimento, se cria uma superfície composta por cartilagem e fibrocartilagem.

Que pacientes estão aptos a passar pela cirurgia?

Para realizar a mosaicoplastia do joelho, o paciente precisa se enquadrar em uma série de critérios, como:

  • Ter menos de 50 anos
  • Não sofrer com artrose
  • Não ser obeso
  • A lesão focal precisa ter entre 1 e 4 cm²

Cuidados que o paciente deve ter após a cirurgia

Após o procedimento, o paciente deve caminhar com o auxílio de um par de muletas, evitando soltar o peso no joelho operado por, pelo menos, seis semanas.

Meses depois da mosaicoplastia do joelho, é possível que haja atrofia muscular da coxa, que pode acontecer porque a região fica em desuso por um período. Por isso, é essencial que o paciente faça sessões de fisioterapia posteriormente.

Ao passar por esse tipo de intervenção, um indicativo de que a lesão foi curada é o alívio da dor.

Cirurgias de joelho utilizadas para tratar lesões da cartilagem

Além da mosaicoplastia, existem outros tipos de cirurgias de joelho que podem ser utilizadas para tratar lesões da cartilagem, como microfratura, membrana de colágeno e transplante homólogo, cuja abordagem a ser empregado varia conforme o tamanho da lesão.

A microfratura tem como objetivo criar condições biológicas para que haja a regeneração da cartilagem no local lesionado. Embora não consiga criar uma nova cartilagem, desenvolve um ambiente propício para isso.

A membrana de colágeno consiste em colar no local da lesão uma membrana de colágeno, produzida comercialmente, para que haja o desenvolvimento de células que possibilitem a cicatrização da lesão cartilaginosa.

Com isso, as células permanecem no local lesionado e não se espalham pela articulação do joelho. Esse procedimento é relativamente novo no Brasil.

Por fim, o transplante homólogo, procedimento no qual o cirurgião substitui a cartilagem lesionada por um fragmento de osso e cartilagem retirados de um cadáver. Essa técnica é geralmente indicada para lesões grandes, com mais de 4 centímetros.

Conclusão

Entendendo agora que a mosaicoplastia tem o propósito de tratar lesões nas cartilagens, o primeiro passo é consultar um cirurgião ortopedista para avaliar se você é elegível à cirurgia.

Para garantir o sucesso do procedimento, é imperativo seguir as recomendações médicas, especialmente evitando colocar peso sobre o joelho operado.

Se você foi diagnosticado com uma lesão na cartilagem e ainda tem dúvidas sobre a eficácia da cirurgia, estou à sua inteira disposição!

Ortopedista especialista em joelho [CRM/GO: 11552 | SBOT: 12166 | RQE: 7240]. Membro titular da SBCJ (sociedade brasileira de cirurgia do joelho), SBRATE (sociedade brasileira de artroscopia e trauma esportivo) e da SBOT(sociedade brasileira de ortopedia e traumatologia).